Você já parou pra pensar quantos instrumentos musicais existem? E qual deles é a sua cara? A maioria das pessoas não faz nem ideia do que seja um fagote ou um glokenspiel, ou ainda, nem sabem diferenciar a viola clássica de um violino. Quando alguns interessados em aulas de música me perguntam sobre aulas de instrumentos, o que percebo sem muito esforço, é seu gosto totalmente condicionado ao que as mídias sugerem. As plataformas streaming, como YouTube e Spotify, possuem algoritmos que fazem viralizar a música e o instrumento da empresa que pagar melhor. Solistas bem produzidos e em performances virtuosísticas vão fazendo o gosto das pessoas e acabam por movimentar um enorme comércio na venda de determinados instrumentos. O interesse ligado ao capital criou a ditadura de alguns parcos instrumentos. Reside nesta condição um grande problema: a redução da pluralidade e da diversidade das identidades. Buscar auxiliar na solução deste problema é o objetivo central deste post.
Primeiramente quero desfazer um possível desentendimento. Não irei fazer um “quiz” em que no final das perguntas você saberá o instrumento que é a sua cara. Os motivos para não agir assim são muitos, dentre eles destaco a ideia de que não é original deixar que alguém defina a sua identidade. Você precisa se descobrir: “Temet nosce“. O ideal talvez seria que cada um fizesse seu próprio instrumento, contudo nem todos estão dispostos a gastar tempo estudando e executando o trabalho de artesão/luthier. Por isso, conhecer os instrumentos já existentes é uma possibilidade mais plausível.
Para tentar organizar os instrumentos, a “humanidade decidiu” lhes definir por famílias que tenham o mesmo fundamento de emissão sonora. São as famílias mais comuns: as Cordas, as Madeiras, os Metais e a Percussão. A família das cordas abrange os instrumentos cuja fonte sonora é a corda tensionada, podendo essa corda ser pinçada, martelada, friccionada, dedilhada e etc. Exemplo de instrumentos de corda friccionada são os violinos, cordas pinçadas os cravos, cordas marteladas os pianos, cordas dedilhadas as guitarras, etc. A família das madeiras inclui instrumentos de sopro cujo o fundamento da fonte sonora é a vibração de palhetas ou a passagem de ar por uma fresta. Exemplos desta família são as flautas, clarinetes, oboés e fagotes. Os metais abrangem os instrumentos de sopro cujo fundamento é a vibração dos lábios em tubos sonoros abertos. Algumas espécies dessa família são os trompetes, trombones, tubas e trompas. Por fim, a maior família de instrumentos: a percussão. Envolvem os instrumentos cujo o fundamento de emissão sonora são as batidas. Existe a percussão com altura definida, e a percussão sem altura definida. Exemplos da definida são os xilofones, marimbas, tubos sonoros, glokespiel, etc. Da percussão sem altura definida podemos lembrar a bateria em geral, o triângulo, ganzás, atabaques, djembés, guiras, maracas e etc.
Veja o vídeo abaixo e tente ver se você reconhece os 90 instrumentos tocados e se consegue classificá-los dentre as 4 famílias citadas anteriormente.
O universo dos instrumentos é muito vasto e você precisa saber o necessário antes de se identificar com um. Por isso, nós da ELI oferecemos todos os anos, nas férias de Janeiro e Julho, a Oficina de Introdução a Música Instrumental. Nesta oficina você pode conhecer instrumentos das 4 famílias e buscar criar sua identidade musical própria. Clique no link abaixo e se informe melhor sobre o funcionamento de nossa oficina.